Começando pelo básico: como o vinho é produzido
Que o vinho é a bebida do momento nós já sabemos. Cada vez mais vemos novos consumidores "convertidos" para as maravilhas do mundo do vinho. Mas assim como encanta, a jornada do enófilo também pode ser confusa, com tantos termos técnicos e variações no processo de produção do vinho.
Por isso, trouxemos essa série de conteúdos voltados para desmistificar e tirar as principais dúvidas apresentadas por quem começa a se interessar mais pelo assunto. Vamos começar pelo básico: como o vinho é produzido?
Resumidamente, os vinhos e os espumantes são o resultado da fermentação alcoólica do mosto (“suco” das uvas). São as leveduras que realizam esse trabalho de transformar os açúcares das uvas em álcool e gás carbônico.
Algumas etapas do processo são diferentes quando comparamos espumantes, vinhos brancos, rosés e tintos. Vamos conhecê-las?
Depois da uva ser colhida no vinhedo, algumas atividades são realizadas na vinícola antes da fermentação alcóolica, como separação das uvas, desengace e prensagem.
O mosto é fermentado e, no caso específico dos espumantes, os enólogos mantém o gás carbônico gerado na fermentação. Por isso temos as famosas borbulhas, tão marcantes e desejadas.
Existem espumantes brancos, rosés e tintos, com diversas classificações de acordo com o nível de açúcar residual, podendo ser produzidos por diferentes métodos: Tradicional, Charmat, Asti ou Ancestral.
Já os vinhos brancos, em sua grande maioria, são prensados antes do início da fermentação. Ou seja, somente o mosto (sem as cascas) serão transformados em vinhos.
Depois de fermentados, normalmente os vinhos brancos passam por processos de filtragem, clarificação e estabilização, sendo engarrafados posteriormente.
Os vinhos podem ou não ter guarda em barricas antes de serem disponibilizadas ao mercado. Existem casos em que uvas brancas são fermentadas com suas próprias cascas e o resultado são os brancos de maceração, mais conhecidos como vinhos laranjas.
Os vinhos tintos têm produção parecida ao dos laranjas. As uvas são fermentadas com as cascas, responsáveis por dar cor e estrutura ao vinho. Alguns tintos são engarrafados jovens e outros têm estágio em barricas, ganhando características muito desejadas pelos consumidores.
Os vinhos rosés, por sua vez, são feitos com uvas tintas, mas não chegam a ganhar a mesma intensidade de cor devido ao curto tempo de contato do mosto com as cascas das uvas.
Muitos adoram os vinhos mais doces, como os famosos vinhos de sobremesa ou colheita tardia. São vinhos que possuem alto grau de açúcar residual, bastante licorosos em boca e muito aromáticos.
Existem também os vinhos fortificados, que possuem maior grau de açúcar e grau alcoólico, resultado da adição de aguardente vínica.
É preciso ressaltar, ainda, que existem dois estilos de vinificação: A convencional e a natural
Na vinificação convencional, alguns produtos enológicos são permitidos, como adição de leveduras selecionadas, enzimas, sulfitos, bem como processos de clarificação (vinhos brancos e rosés), filtragem, entre outros.
Já os vinhos naturais, como o próprio nome diz, são feitos da forma mais artesanal, sem nenhuma (ou muito pouca) adição de insumos enológicos e processos modernos.
Como vimos, há diversas maneiras de se produzir um bom vinho. Essas variáveis passam, ainda, pela criatividade do enólogo e seu perfil — seja ele mais moderno ou voltado ao resgate de técnicas ancestrais. Ou, também, pelas possibilidades que a terra e o clima da região proporcionam.
Agora que você já sabe como um vinho é elaborado, aproveite para aprender um pouco mais sobre as principais uvas cultivadas no Brasil, no próximo capítulo do Guia Prático de vinhos.